Top 10: Os Melhores Livros do 1º Semestre de 2015


Olá, pessoas! Lucas aqui. Hoje vou fazer um crossover com a coluna da Marcella (outra vez) e serei o responsável pelo Top 10. Não se preocupem, ela volta, eu prometo. Eu acho.

Vou voltar às raízes do blog e hoje o Top 10 será, como o próprio título diz, de livros, mais especificamente, dos melhores livros do 1º Semestre desse ano. Aviso logo: são os melhores livros que eu li esse ano, e não necessariamente livros lidos por outros membros do blog ou lançados em 2015. Espero não fazer polêmicas.

Vamos lá!

10º Lugar) "Selva de Gafanhotos" - Andrew Smith



Sinopse: Na pequena cidade de Ealing, Iowa, Austin e seu melhor amigo, Robby, libertam acidentalmente um exército incontrolável. São louva-a-deus de um metro e oitenta de altura, completamente tarados e famintos. Essa é a verdade. Essa é a história. É o fim do mundo e ninguém sabe o que fazer.

Com todos os elementos obrigatórios de um romance apocalíptico, "Selva de gafanhotos" mistura
 insetos gigantes, um cientista louco, um fabuloso bunker subterrâneo, um mal resolvido triângulo amoroso-sexual e muita, muita confusão, e está longe de tratar apenas do fim do mundo.

Engraçado, intenso e complexo, o livro fala de um jeito inovador de adolescência, relacionamentos, amizade e, claro, de temas um tanto mais inusitados, como testículos dissolvidos e milho modificado geneticamente. Um romance surpreendente sobre a odisseia hormonal, amorosa e intelectual que é essa fase da vida.

Estranho. Surtado. Hilário. Nojento. Perturbador. Reflexivo. Bizarro. Genial. Não sei como definir esse livro. Acho que essas palavras são o suficiente.

9º Lugar) "Eu, Você e a Garota que Vai Morrer" - Jesse Andrews



Sinopse: Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Raquel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade. Com um enorme potencial no segmento young adult, o romance é perfeito para fãs de livros e filmes como “A culpa é das estrelas” e “As vantagens de ser invisível”.

Uma realidade sobre o câncer ainda mais brutal que a escrita por John Green em "A Culpa é das Estrelas". Uma pequena carta de amor ao cinema, e também um soco no estômago dos leitores acostumados com histórias ditas "emocionantes". Esta não é uma história de amor. Também esqueça os clichês. Visceral e engraçado, é uma das melhores leituras de 2015. A adaptação cinematográfica teve o roteiro escrito pelo próprio autor do livro, e foi a vencedora tanto do público quanto da crítica do Festival de Sundance, um dos mais respeitados do cinema independente.

8º Lugar) "Doctor Who: Mortalha da Lamentação" - Tommy Donbavand




Sinopse: É o dia seguinte ao assassinato de John F. Kennedy — e o rosto de pessoas mortas começa a aparecer por toda parte. O guarda Reg Cranfield vê o pai na névoa densa ao longo da estrada Totter Lane. A repórter Mae Callon vê a avó em uma mancha de café na mesa de trabalho. O agente especial do FBI Warren Skeet se depara com seu parceiro falecido há muitos anos olhando para ele através das gotas de chuva no vidro da janela. Então os rostos começam a falar e gritar. São as Mortalhas, que se alimentam da tristeza alheia, atacando a Terra. Será que o Doutor conseguirá superar o próprio luto para salvar a Humanidade?

Uma leitura obrigatória para qualquer um que se diga fã da série Doctor Who. O humor característico dos personagens, uma trama cheia de mistérios e com vilões sádicos e assustadores, esse livro é uma obra singular, cheia de beleza, tensão e momentos hilários que alternam entre o nonsense e o terror. Diferente de outra obra de DW publicada no Brasil, "Shada", este livro é indicado aos fãs da série, em especial aqueles que assistiram a algum episódio da série clássica ou pelo menos até a sétima temporada da nova série. Em suma, um livro incrível.

7º Lugar) "A Playlist de Hayden" - Michelle Falkoff



Sinopse: Isto é o que Sam sabe: Houve uma festa. Houve uma briga. Na manhã seguinte, o melhor amigo de Sam, Hayden, estava morto. Tudo o que ele deixou para Sam foi uma playlist – e um bilhete: “Para Sam. Ouça. Você vai entender.” O que Sam não sabe é: porquê?

Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava.

O suicídio é um tema difícil de lidar. Como explicar quando alguém desiste de viver e simplesmente tira a própria vida? Como se pode julgar uma atitude do gênero? Como reagir ao encontrar seu melhor amigo -ou neste caso, seu único amigo - morto? É isso que esta obra estreante de Michelle Falkoff propõe ao leitor ou à leitora. Com inúmeras referências à cultura pop e uma lista de músicas de extremo bom gosto, "A Playlist de Hayden" é uma obra contundente, emocionante, e embora o mistério não seja tão bem desenvolvido, ela não falha ao tratar de um tema delicado com graça e não hesita ao mostrar os dois lados de uma mesma moeda. Com toques de romance, melancolia, uma trilha sonora incrível e altas "nerdices", é um dos grandes destaques do ano para mim.


6º Lugar) "Battle Royale"- Koushun Takami



Sinopse: Battle Royale” é um thriller de alta octanagem sobre violência juvenil em um mundo distópico, além de ser um dos maiores best-sellers japoneses e mais polêmico entre os romances. Como parte de um programa implacável pelo governo totalitário, os alunos do nono ano são levados para uma pequena ilha isolada e recebem um mapa, comida e várias armas. Forçados a usarem coleiras especiais, que explodem quando eles quebram uma regra, eles devem lutar entre si por três dias até que apenas um "vencedor" sobreviva. O jogo de eliminação se torna a principal atração televisiva de reality shows. Esse clássico japonês é uma alegoria potente do que significa ser jovem e sobreviver no mundo de hoje. Foi de inspiração para inúmeras mídias, incluindo a famosa franquia cinematográfica e literária “Jogos Vorazes”.

Uma crítica poderosa ao governo. Um retrato cruel e violento da espécie humana. Uma visão sangrenta, crua e aterradora do futuro de um país. Um mergulho sombrio na alma da Humanidade. Um dos maiores clássicos do horror e da ação japonesa, "Battle Royale" utiliza as crianças de uma turma do Ensino Fundamental para mostrar até onde o ser humano pode ir para sobreviver. Se você tivesse entre escolher entre matar seu melhor amigo com uma facada ou deixar que ele o mate com uma arma, o que escolheria? Poderia o amor ser mais forte do que o instinto de sobrevivência? Não existe beleza ou esperança alguma neste delicioso jogo cruel. E apenas um irá sobreviver.

5º Lugar) "The Darkest Minds: Mentes Sombrias" - Alexandra Bracken



Sinopse: Quando completa 10 anos, a garota Ruby vê sua vida mudar completamente. Além do medo de ser vítima de um vírus fatal que ataca apenas as crianças, ela é rejeitada por seus pais, que a entregam para a polícia especial. Seu destino é Thurmond, um campo de reabilitação criado pelo governo norte-americano para cuidar dessa geração que possui algo diferente e ameaçador: são crianças com habilidades especiais. Algumas podem controlar pessoas e objetos só com o poder da mente. Consideradas perigosas, vivem à margem da sociedade. Mas, aos 16 anos, Ruby consegue escapar de Thurmond e muda o seu destino, ao lado de novos amigos, fugitivos como ela: Liam, Zu e Bolota. Juntos, os quatro vivem as mesmas dúvidas, medos e inseguranças. Enquanto enfrentam uma realidade assustadora, fugindo de caçadores de recompensa, da polícia e da Liga das Crianças, uma organização que quer se aproveitar dessas habilidades infantis, eles tentam encontrar o Fugitivo, um líder misterioso que oferece abrigo e ajuda às crianças. E percebem que, apesar de tudo, ainda conseguem sonhar.

Tensão do início ao fim. Uma das melhores estreias literárias que eu já vi na minha vida. Para ser mais honesto ainda, um dos meus livros favoritos da minha vida. Este livro conseguiu carimbar um lugar de direito em minha alma. A trilogia distópica com elementos sci-fi criada pela novata Alexandra Bracken é envolvente, surpreendente, emocionante, amarga, violenta e épica. O fato de segundo livro estar sem previsão de ser publicado no Brasil faz com que eu corra atrás das continuações em inglês, porque esta é uma série que vale a pena ser lida.

4º Lugar) "Guerra Civil" [adaptado dos quadrinhos de Mark Millar e Steve McNiven] - Stuart Moore



Sinopse: A épica história que provoca a separação do Universo Marvel! Homem de Ferro e Capitão América: dois membros essenciais para os Vingadores, a maior equipe de super-heróis do mundo. Quando uma trágica batalha deixa um buraco na cidade de Stamford, matando centenas de pessoas, o governo americano exige que todos os super-heróis revelem sua identidade e registrem seus poderes. Para Tony Stark - o Homem de Ferro - é um passo lamentável, porém necessário, o que o leva a apoiar a lei. Para Steve Rogers - o Capitão América -, é uma intolerável agressão à liberdade cívica. Assim, começa a Guerra Civil.
 
Leitura mais do que obrigatória se você é fã de super-heróis em geral ou da própria Marvel. Além de expandir o arco original, as mudanças e adaptações feitas por Stuart Moore criam uma história fluida, cheia de ação e constantes reviravoltas, além de adicionar mortes e questões morais em um conflito que pode rachar os Estados Unidos da América ao meio. Mesmo com alguns erros na revisão do livro e com algumas estranhas traduções (sem falar na troca de nomes de personagens que pode confundir o mais desatento). A narrativa é em terceira pessoa, mas foca nos pontos de vistas do Homem de Ferro, do Capitão América, do Homem-Aranha e da Mulher Invisível (que garante uma das melhores cenas do livro). Mesmo com minhas ressalvas em relação ao final, meu lado nerd foi mais forte. "Guerra Civil" é uma leitura divertida, poderosa, cheia de ação, suspense e tensão, e ótima se você quer saber o que pode acontecer no filme "Capitão América: Guerra Civil" em 2016.

3º Lugar) "Invaded" - Melissa Landers



Sinopse: A romântica continuação de “Alienated” leva os relacionamentos à distância a um novo patamar quando Cara e Aelyx sofrem um pelo outro estando cada um em lados opostos do Universo… isso, até uma ameaça a ambos os seus mundos reuni-los novamente.

Cara sempre soube que viver no planeta L'eihr seria uma adaptação em sua vida. Com Aelyx, seu namorado L'eihriano de volta à Terra trabalhando para consertar a aliança quebrada entre os dois planetas, Cara é deixada para cuidar de si mesma em uma nova escola, cercada por clones alienígenas hostis. Até o estranho bicho de estimação de seu dormitório a odeia. As coisas se complicam ainda mais quando Cara é escolhida para ser a representante de um painel para a preparação de uma colônia humana em L'eihr. Uma sociedade feita com a mistura entre as duas culturas, humana e L'eihr, é um lugar onde onde Cara e Aelyx poderiam um dia criar uma vida juntos.

Porém, com os líderes L'eihrianos se recusando a conceder até mesmo as liberdades mais básicas, Cara começa a se perguntar se ela realmente poderia ser feliz neste planeta, mesmo com Aelyx ao seu lado.

Enquanto isso, na Terra, Aelyx encontra-se em uma campanha de relações públicas em larga escala para melhorar as relações entre os humanos e os L'eihrianos. A Humanidade não sabe que sua sobrevivência depende desta aliança: apenas o povo de Aelyx possui a tecnologia para corrigir a contaminação mortal no abastecimento global de água que os governos humanos estão escondendo.

No entanto, apesar de sua vantagem, os líderes do seu mundo de repente parece desesperados demais para obter os seres humanos ao seu lado, e dificilmente notam as múltiplas tentativas de assassinato dos extremistas contra a vida de Aelyx. O Caminho claramente precisa da ajuda da Humanidade… mas para o que? E o que eles pedirão em troca?

Não sei o quando posso mensurar meu amor eterno por Melissa Landers. Além de ter feito um dos melhores YA dos últimos anos em 2014, nesta brilhante sequência ela expande os limites do Universo e do amor em uma trama ainda mais misteriosa e cheia de suspense. Ainda que não possua muita ação, as reviravoltas e os segredos encobertos e desvendados, sem falar do romance na medida certa, garante à "Invaded" a medalha de bronze na lista de melhores livros do primeiro semestre de 2015.


2º Lugar) "Toda Luz que Não Podemos Ver" - Anthony Doerr



Sinopse: Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.

Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em "Toda Luz que Não Podemos Ver", um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.

Um livro tocante, abordando através de um olhar diferente os horrores da Segunda Guerra Mundial, "Toda Luz que Não Podemos Ver" é uma verdadeira lição sobre encontrar beleza e esperança em um mundo repleto de dor e morte. Vencedor do Pulitzer e com um final que pode ser um pouco polêmico para quem não está acostumado com o gênero, é não apenas um dos melhores livros do semestre e sim do ano - e talvez, um dos melhores já feitos sobre a Segunda Guerra.

1º Lugar) "Jonathan Strange & Mr. Norrell"- Susanna Clark



Sinopse: Em um universo paralelo, em 1806, a maioria da população britânica acreditava que a magia estava perdida há muito tempo - até que o sábio Mr. Norrell revela seus poderes, tornando-se célebre e influente. Ele abandona a reclusão e parte para Londres, onde colabora com o governo no combate a Napoleão Bonaparte e coloca em prática seu plano secreto de controlar todo o conhecimento mágico do país. Tudo corre bem até que Jonathan Strange, um jovem nobre e impetuoso, descobre que também possui talentos mágicos. Ele é recebido por Norrell como seu discípulo, mas logo os dois começam a se desentender… e essa rixa pode colocar em risco toda a Inglaterra.

Misturando ficção e fatos históricos, "Jonathan Strange & Mr. Norrell" levou dez anos para ser escrito e foi baseado em uma extensa pesquisa da autora sobre a história da magia inglesa. O livro combina a mitologia fantástica de J.R.R. Tolkien com a comédia de costumes de Jane Austen, de quem Clarke é admiradora confessa, e ainda acena ao romantismo, à observação social de Charles Dickens e à literatura gótica de Anne Radcliffe.

Uma obra complexa, cheia de minúcias e incríveis notas de rodapé, que faz o leitor mais desatento questionar se não alguma veracidade nos fatos e peripécias que lê. Cheio de magia (afinal, o tema da história é sobre a rixa entre dois magos, e as consequências aterrorizantes disso para a Inglaterra - e o mundo), "Jonathan Strange & Mr. Norrell" recria com maestria a história da Europa vitoriana, adicionando toques deliciosos de magia. Parte ficção fantástica, parte romance histórico, sem dúvida é uma das minhas leituras favoritas do ano - e quem sabe, de todos os tempos.

Uma minissérie de 7 episódios, produzida pela BBC, foi lançada esse ano e transpôs toda a magia do livro para a televisão. Recomendo a quem quiser se divertir com umas das melhores coisas lançadas para a TV na última década. O destaque vão para as atuações fenomenais de Bertie Carvel como Strange e Eddie Marsan como Norrell, além da fotografia espetacular, um direção de arte primorosa e efeitos especiais dignos de produções cinematográficas, melhores até mesmo que muitas séries badaladas atualmente.

***

Então pessoas, esse foi o meu Top 10. Desculpem se ele ficou enorme (acho que ficou maior do que os que a Marcella postava '-') mas se você teve paciência de ler tudo, eu fico muuuuuuuito agradecido. Por favor, comentem! Deu bastante trabalho para fazer (acreditem), especialmente para filtrar os muitos livros que eu li. Se gostaram desse Top 10, sugiram outro para a Marcella (ou até mesmo eu) fazer! Desde já, valeu, que a Força esteja com vocês.

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