Séries de TV #04: Gotham - O início do conto de uma cidade, ainda, sem heróis
Título Original: Gotham
Ano: 2014
Duração de cada episódio: entre 48 e 43 minutos
Criador da série: Bruno Heller
Emissora: FOX-EUA/Warner Channel-BRASIL
Frase que resume a série: quem precisa de um morcego quando se tem um pinguim?
AVISO: ESTA CRÍTICA ESTÁ LIVRE DE SPOILERS. A NÃO SER AQUELES QUE TODOS CONHECEM.
Olá, pessoas! Hoje vou fazer crítica não de um filme, mas sim da primeira parte de uma série de TV a qual eu não pude resistir de me apegar, Gotham.
O Batman é um dos heróis mais populares já criados. Sua fama hoje em dia supera em alguns pontos até mesmo o primeiro ícone de super-heróis já criados, o Superman. Seus filmes são os únicos que rivalizam de forma veemente a potente Marvel nos cinemas. Mas, a verdade é que o que torna o Batman um fenômeno com 75 anos de existência são seus vilões. Sua mitologia é tão rica e variada que muitos afirmam que é isso que faz o Batman ser tão forte.
Gotham era uma aposta arriscada. Muitos duvidaram que uma série que se passa praticamente uma década antes do surgimento do Homem-Morcego pudesse dar certo, ainda contando com o próprio como coadjuvante e se dedicando a mostrar como foi que Gotham City precisou de um Cavaleiro das Trevas para ajudá-la a sair da escuridão. Duvidou-se que James Gordon, que um dia seria o Comissário Gordon, poderia ser um protagonista forte. Mas a série superou todas as expectativas.
Tudo isso se deve à três coisas: roteiro, elenco e visual. O texto ágil e sangrento de Bruno Heller simplesmente conquista quem vê aos primeiros 10 minutos do episódio-piloto, ao recriar uma das cenas mais icônicas dos quadrinhos e do cinema: o assassinato dos pais de Bruce Wayne. Dessa única cena, criam-se 10 episódios bem construídos, que se apoiam em um elenco formidável.
Ben McKenzie consegue fazer seu público esquecer seu personagem em The O.C e cria um Gordon destemido, inteligente e sem medo de olhar no olho do furacão. Donal Logue não fica atrás com o ácido Tenente Bullock, o parceiro de Gordon, com quem vai construindo uma relação de amizade, ainda que improvável. Sean Pertwee constrói um Alfred genuinamente britânico, porém com uma certa atitude badass (sem spoilers) que o faz roubar a cena toda vez em que aparece. O jovem David Mazouz cria um Bruce Wayne que altera entre curiosidade infantil, determinação de lutador e perspicacidade de detetive, sendo que as últimas duas características são base para um futuro que todos conhecem.
Porém o grande destaque vai para três pessoas: Camren Bicondova, uma jovem estreante (com uma semelhança assustadora com Michelle Pfeiffer), com uma Selina Kyle (ou como ela prefere ser chamada, "Gata") esperta e sem escrúpulos, porém dócil quando quer; Jada Pinkett Smith, com sua caricata e ambiciosa Fish Mooney, que exala maldade e sedução com um mero respirar; e sem dúvida, uma das grandes revelações do ano: Robert Lord Taylor. Mesmo amando a atuação de Danny DeVito no filme "Batman - O Retorno", nenhum outro autor conseguiu captar a essência de Oswald "Pinguim" Cobblepot como Robert. Sua psicopatia misturada com sua inteligência o tornam em quase um anti-herói, em uma atuação que vai do explosivo ao comedido em segundos. Absurdamente genial.
Porém os coadjuvantes também merecem respeito, como Cory Michael Smith e seu Edward Nygma bizarramente fascinante; a pequena Clare Foley em rápidas aparições assustadoras como Ivy Pepper; Anthony Carrigan com toda a loucura doentia de Victor Zsasz; e os dois representantes da Máfia Italiana em Gotham City: John Doman como Carmine Falcone e David Zayas como Salvatore Maroni. A participação de Nicholas D'Agosto como Harvey Dent, ainda que um pouco questionável, ainda consegue ser marcante.
Um grande acerto da série foi equilibrar casos bizarros, que parecem saídos dos quadrinhos (como o assassino que amarra suas vítimas em balões meteorológicos no terceiro episódio, "The Ballonman") entre outros mais sérios (como os sequestradores de crianças no segundo episódio, "Selina Kyle"). e a guerra entre as duas famílias rivais da máfia, que explode no excelente sétimo episódio, "Penguin's Umbrella". Esta é uma série que também não tem medo de mostrar sangue quando é preciso (vide os episódios "Spirit of the Goat" e "The Mask") e que também não menospreza todos aqueles que conhecem a mitologia do Batman, entregando easter-eggs, referências e situações que homenageiam tanto as HQ's quanto o cinema.
Juntamente com o visual que lembra tanto os filmes de Christopher Nolan quanto os Tim Burton (graças a Deus, sem Joel Schumacher aqui), Gotham é uma série imperdível. Encerrando sua cota de episódios em 2014 com o tenso décimo episódio, "LoveCraft", ela volta com episódios novos em janeiro. Espero que a qualidade se mantenha, ou aumente, até o final da temporada.
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