Resenha #102: A Casa de Hades, do autor Rick Riordan

Nome: Série Os Heróis do Olimpo - Livro Quatro: "A Casa de Hades"
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Nota: 3,5 Estrelas
Compre: Saraiva - Submarino - Livraria Cultura

(CONTÉM SPOILERS DO LIVRO ANTERIOR - E ALGUNS DESSE TAMBÉM)

Hazel está diante de uma encruzilhada. As forças de Gaia estão decididas a impedi-los de avançar e alcançar seu objetivo: chegar à Casa de Hades, nas terras antigas, para resgatar Percy e Annabeth e fechar definitivamente as Portas da Morte, impedindo os monstros de retornarem ao mundo mortal. Ela e o que restou da tripulação do Argo II sabem o que precisa ser feito, mas todos os caminhos parecem levar ao fracasso de sua missão. Entretanto, eles precisam se decidir e agir rápido. O tempo está passando. A sanguinária Mãe Terra escolheu o dia primeiro de agosto para o seu despertar.

No Tártaro, Annabeth e Percy passam por grandes dificuldades. Famintos, com sede e feridos, mal conseguem andar pelo território sombrio e venenoso repleto de inimigos que espreitam na escuridão. Não há como descobrir onde ficam as Portas da Morte. E mesmo que soubessem sua localização, uma legião formada pelos monstros mais poderosos e fiéis a Gaia estará lá para guardá-las. Nesse momento, Annabeth e Percy não estão em condições de enfrentá-los em um combate. 

Apesar da enorme desvantagem, Hazel, Annabeth, Percy e os outros semideuses da profecia sabem que sua única opção é tentar o impossível. Quando os riscos são maiores do que nunca, é somente a amizade entre os semideuses gregos e romanos, aprendendo a trabalhar juntos, que poderá salvar não só os acampamentos, mas também o mundo.

Resenha:

Olá, pessoas! Lucas de volta após um ano de hiatus. Eu sei, é muito tempo, mas eu e o Bruno vamos tentar ao máximo recuperar esse tempo perdido. Felizmente, a gente tem a Duda para nos ajudar.

Hoje a resenha é de um livro que, apesar de ter sido lançado em Outubro de 2013, só pude ler este mês de julho, chamado A Casa de Hades, que é o penúltimo livro da série Os Heróis do Olimpo.

Ele começa cerca de nove dias após os eventos finais de A Marca de Atena (resenha aqui), com os tripulantes do Argo II ainda se adaptando ao fato de Percy e Annabeth terem caído no Tártaro. Sem os dois, os outros semideuses da Profecia dos Sete, o treinador Hedge e o recém resgatado Nico DiAngelo começam a sentir desespero em suas decisões. Porém, quando Hazel recebe uma visita divina, uma luz de esperança -ou de perdição- surge na jornada que parecia caminhar para um trágico fim. Enquanto isso, Percy Jackson e Annabeth Chase enfrentam um desafio mortal que pode não só destruí-los, como também iniciar de forma definitiva o Apocalipse.

Esse livro me surpreendeu e me decepcionou em muitos aspectos. Ele é bem superior à'Marca de Atena, tanto quanto em termos de desenvolvimento de personagem quando de enredo. O grande problema de A Casa de Hades é o fato de ele ser, em suma, quase que totalmente desnecessário.

Diferente do quarto livro da primeira série sobre semideuses greco-romanos do Tio Rick, A Batalha do Labirinto, a grande sensação ao ler esse livro é a de que, se umas 200 páginas fossem retiradas (o triste é que isso pode ser feito sem dó ou piedade), o que sobrasse poderia ser facilmente encaixado em A Marca de Atena. Os horrores do Tártaro, a princípio parecem realmente aterrorizantes, mas ao final do livro, acabam sendo "Hum. Monstros horríveis. Hum, gigante do mal. Ok". Não há uma situação realmente emocionante. Toda a expectativa causada, desde o final do livro anterior, da revelação do nome, da capa e da sinopse é rapidamente minada conforme clichês e mais clichês vão se acumulando.

Outro ponto preocupante: o humor. Tio Rick escreve assim, é o estilo dele, quem lê os livros sabe. Porém, foi neste livro em particular que isso começou mesmo a me incomodar. Como em uma viagem mortal e cheia de sofrimento e perdas, existe espaço para descrever o peido de uma doninha mágica? Deve existir sim, aquele humor para compensar o clima sombrio, algo que outros autores como Cassandra Clare, J. K. Rowling e Veronica Roth conseguem. Mas, nesse livro em especial, em algumas partes Rick Riordan pesou a mão.

Para não parecer que eu quero acabar com o livro, ele tem coisas muito, mas muito legais. Como Piper se tornando útil e não a reclamona  que toda hora deseja que Jason prove que a ama (aqui ainda tem um pouco disso, mas é pouco, então dá pra ignorar). Leo mais uma vez ofusca quase todo mundo, e suas aventuras dentro -e até fora- do Argo II mostram a força e o quanto ele é vital para a trama.

Jason, a quem tanto critiquei desde O Herói Perdido, aqui assume uma postura mais vulnerável e amiga, deixando-o mais palpável, e me fazendo passar a gostar dele. Um abraço que ele dá, na reta final do livro, comprova isso. Além disso, há um curto desenvolvimento de uma quase-amizade dele com Nico, graças a uma revelação a respeito do filho de Hades, conduzida de forma muito sensível e singela pelo Tio Rick. A relação entre Hazel e Frank também ganha destaque, de uma forma bem legal eu diria, tanto da parte dela (em um desenvolvimento mágico bem interessante), quanto da parte dele (em duas cenas envolvendo monstros que são simplesmente sensacionais).

Mas, como a capa denuncia, os verdadeiros protagonistas da'Casa de Hades são Percy e Annabeth. O sofrimento, a dor e o amor são os grandes aliados e rivais na jornada deles pelo Tártaro. Entre antigos aliados (quem leu Os Arquivos dos Semideus, o primeiro livro extra de Percy Jackson e os Olimpianos, vai entender do que estou falando) e antigos inimigos, eles mostram o poder do amor real entre duas pessoas.

Assim, o quarto livro de Os Heróis do Olimpo é uma experiência agradável, porém agridoce. O volume final, O Sangue do Olimpo, será lançado em Outubro. O capítulo final promete ser o melhor -e também, o mais devastador. Resta, com ansiedade, esperar a conclusão.

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