[Crítica] Attack on Titan - Parte 1 (2015): uma adaptação sangrenta, grandiosa... e irregular


Nome Original: Shingeki no Kyojin - The Movie: Part 1
Ano: 2015
Duração: 1 hora e 38 minutos
Direção: Shinji Higuchi
Frase que resume o filme: Você será devorado mais rápido se não for virgem.

Olá, pessoas! Lucas aqui. Hoje a crítica é de uma das adaptações de mangá e anime mais esperadas dos últimos dois anos, "Attack on Titan".

Na trama, há décadas, a humanidade foi quase exterminada pelo súbito aparecimento de seres humanoides gigantes, conhecido como Titãs. Os Titãs são criaturas que, aparentemente, possuem pouca inteligência, mas, com uma força bruta quase insuperável, têm como principal objetivo devorar seres humanos, sem nenhum motivo aparente para isso. Durante 107 anos, as cidades fortificadas por detrás das muralhas foram testemunhas de ataques sem sucesso dos Titãs. Assim, um pequeno grupo de seres humanos sobreviveu no interior das muralhas protegidos por paredes superiores a três vezes a altura dos maiores Titãs registados até a data.

Numa grande cidade localizada na parte periférica da Muralha, mora Eren (Haruma Miura) e seus amigos, Mikasa (Kiko Mizuhara) e Armin (Kanata Hongô). Ele vive uma vida pacata, porém se incomoda com o conformismo das pessoas que haviam aceitado a sua condição de passar a eternidade dentro dos muros. Tudo muda com o aparecimento do Titã Colossal, uma criatura de cerca de 60 metros de altura, que supera o tamanho da muralha, de 50. Este Titã destrói o portão da cidade onde Eren vive, que ligava a muralha ao "mundo exterior". Com isso, uma grande quantidade de Titãs menores pôde entrar, ocupando grande parte do território até então pertencente aos humanos e matando e devorando quase toda a população. Após este trauma, o jovem jura exterminar os Titãs, e entra para as "Tropas de Exploração" para cumprir seu objetivo de exterminar todos os Titãs da face da Terra. Porém, ele não sabe que algo dentro dele pode ser a chave para salvar aqueles que ama - e decidir o futuro da raça humana.

Quem é leitor do blog já deve ter lido a coluna de animes de nossa querida colega Lidia, que falou sobre a obra original. Embora ela não goste tanto da primeira parte dele (os primeiros 13 episódios, mais especificadamente), não se pode negar que essa fase inicial é a responsável por dar o tom dramático, sangrento e tenso que a história precisa para se manter. É nisso que o filme se propõe a focar. Pelo menos, aparentemente.

Se você é fã de SNK, um aviso: existe uma chance MUITO grande de você se decepcionar assistindo esse filme. Apesar da premissa permanecer a mesma, existem algumas mudanças que se estendem muito além do que se imagina. Não só o fato de todos os personagens serem japoneses e possuírem em sua maioria cabelos pretos (na verdade, todo mundo é japonês nesse filme, deal with it), como algumas mudanças sérias no cerne dos personagens.

Armin perde boa parte de sua personalidade, sendo retratado apenas no seu papel de melhor amigo e os maiores lampejos de desenvolvimento de personagem são méritos mais do ator do que do roteiro. Eren, o protagonista, é um pouco menos irritante que sua versão original, além de contar com um pensamento que, embora ainda seja sonhador, possui um embasamento político que encaixa com o tom do longa. O verdadeiro problema é Mikasa.

Ela sem dúvida é um dos personagens favoritos de quem assistiu o anime ou leu o mangá, seja por sua determinação ou sua incrível história de embasamento. Aqui ela é unidimensional, inexpressiva (culpa em parte do roteiro e da atriz, que às vezes esquece de que deveria estar atuando) e apenas serve como criadora de conflitos emocionais com Eren e ser seu interesse amoroso, algo que a própria não merecia de forma alguma.

Os outros personagens coadjuvantes sofrem dos mesmos problemas dos coadjuvantes do anime: a falta de personalidade própria. Claro, contando que apenas a Capitã Hanji (no filme, por alguma razão bizarra, chamada de Hans) Jean e Sasha vem da obra original e os outros foram criados especialmente para o filme, alguns fanservices se resumem apenas a um andar de um ou a um apelido a outro. Decepcionante.

Os efeitos especiais usados nas cenas de ação e nos Titãs são uma combinação de efeitos práticos e CGI, que em alguns momentos impressionam (alguns Titãs são medonhos até demais) e em outros dão vontade de rir (os "voos" dos protagonistas conseguem ser estilosos e toscos ao mesmo tempo). O gore e o sangue também está presente em profusão, com tripas e pedaços sendo atirados na tela sem misericórdia.

O grande defeito no filme reside no fato de ser um filme incompleto. O nome do filme no Japão, para se ter uma ideia, é "Shingeki no Kyojin - Part 1". Sim, PARTE 1. A segunda parte, intitulada "Shingeki no Kyojin - Part 2: End of the World", estreia em setembro, e unidas elas formam um único longa (o trailer dela inclusive está ao fim desta primeira parte). Assim, o encerramento é bem feito (se você der um desconto, afinal, o filme é uma produção de baixo orçamento), mas é inconclusivo, e carece de emoção suficiente para empolgar completamente. Sem falar da falta de desenvolvimento de roteiro, que pula para as situações mais absurdas em questão de segundos, sendo a sequência mais bem construída a que abre o filme, com sangue, tensão e CGI na medida certa.

Em resumo, o saldo final deste primeiro filme de "Attack on Titan" é irregular. Contando com algumas cenas que se aproximam do nível épico da obra original, e com outros momentos bizarros (com direito a cena de sexo e peitinho '-' algo LONGE de aparecer no anime e no mangá), fica a esperança de que a segunda parte possa melhorar a imagem do longa e transformá-lo em pelo menos uma adaptação mais divertida e estruturada. é um filme que diverte pelo sangue e pelos momentos tensos, mas poderia ser bem melhor. Obviamente, não é tão ruim quanto algumas outras versões de anime para o cinema (como Gantz e Death Note), mas não chega perto ao nível de outras que beiraram a excelência (como Samurai X e Kuroshitsuji/Black Butler). Com esperança, espero para ver como a história irá se desenrolar.

NOTA:

PS: Levi foi cortado tanto desta primeira parte quanto da segunda, pois ambas abordam o arco da Batalha de Trost. Ele foi substituído pelo personagem original Shikishima, interpretado pelo ator Hiroki Hasegawa. Ele é meio wannabe. Torço para que ele morra na Parte 2.

Sobre a substituição de Levi por Shikishima.

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