[Crítica] Homem-Formiga (2015): uma prova quase literal de que menos é mais


Título Original: Ant-Man
Ano: 2015
Duração: 1 hora e 57 minutos
Direção: Peyton Reed
Frase que resume o filme: Ainda é tarde demais para mudar o nome?

Olá, pessoas! Lucas aqui. Ontem tive a oportunidade de conferir a última produção de super-heróis da Marvel Studios desse ano, "Homem-Formiga", e venho trazer minhas impressões para vocês.

Na trama, o Dr. Hank Pym (Michael Douglas) é o inventor das Partículas Pym, uma fórmula que, junto com o chamado traje do 'Homem-Formiga', permite o encolhimento. Anos depois da descoberta, ele precisa impedir, junto com sua filha Hope (Evangeline Lilly) que seu ex-pupilo Darren Cross (Corey Stoll), consiga replicar o feito e vender a tecnologia rebatizada como 'Jaqueta Amarela' para uma organizações terroristas, trazendo o caos ao mundo. Enquanto isso, o trambiqueiro Scott Lang (Paul Rudd), depois de sair da cadeia, está disposto a reconquistar o respeito da ex-mulher, Maggie (Judy Greer) e, principalmente, da filha Cassie (Abby Ryder Fortson). Com dificuldades de arrumar um emprego honesto, ele aceita praticar um último golpe. O que ele não sabia era que tudo não passava de um plano do Dr. Pym que, depois de anos observando o hábil ladrão, o escolhe para vestir o traje do Homem-Formiga. Assim, Scott Lang precisa aceitar o seu herói interior e ajudar o seu mentor a planejar um roubo que vai salvar o mundo.

Uma das maiores qualidades deste filme é literalmente a sua menor escala. Nada de, como apontado no filme, derrubar cidades do céu ou impedir alienígenas de invadirem a Terra. A trama se resume a algo bem simples: uma tecnologia perigosa demais está prestes a ser vendida. Invada o local, roube-a e destrua os dados. Apenas isso. Porém, a história consegue ser bem mais profunda e divertida do que isso.

Obviamente, "Homem-Formiga" está bem mais ligado ao Universo Cinematográfico Marvel do que "Guardiões da Galáxia", não apenas às citações pontuais de certos personagens ou a uma certa participação especial que prefiro não comentar para não dar spoilers. O fato dele se passar na Terra também contribui. Porém, isso não significa que ele tenha o mesmo tom geral dos filmes da Marvel. "Homem-Formiga" está mais para uma comédia de assalto com leves toques de drama familiar e uma certo 'quê' de humor britânico, reforçado pela influência de Edgar Wright, que era o diretor do filme antes de ser substituído por Peyton Reed, ainda que ele esteja ainda creditado tanto no roteiro quanto na produção do longa. Se eu fosse deduzir algo, sugeriria que as cenas que ligam este filme ao UCM são as que não foram escritas por ele.

Por mais estranho que pareça, "Homem-Formiga" é um filme bem, mas BEM melhor do que o próprio "Vingadores: Era de Ultron". Ele não almeja grandes proporções e não tem medo de tirar sarro da própria premissa e de seus personagens, diferente da superprodução lançada em maio, que pecava pelo humor exageradamente deslocado e pela necessidade hollywoodiana de explodir tudo à lá Michael Bay. O próprio clímax deste filme, ainda que explosivo e cheio de ação desenfreada, é feito de uma forma brilhantemente contida e quase minimalista. Acreditem, nunca mais verei o Trem Thomas de 'Thomas e seus Amigos' da mesma maneira.

O elenco está fenomenal também. Paul Rudd (também conhecido como 'o marido da Phoebe de Friends') é dono de um timing cômico pontual e hilário, além de saber atuar perfeitamente bem tanto nas cenas de ação quanto nos momentos dramáticos da trama, especialmente os que envlvem sua relação com sua filha fofa, Cassie.

Michael Douglas destila arrogância e amor paterno de uma forma que alterna entre o explosivo e o comedido, algo que confere à sua atuação uma persona perturbada, porém ainda humana. Suas cenas com Evangeline Lilly (que brilha num papel que começa aparentemente pequeno, que depois, digamos, ganha suas próprias asas) são tocantes e um flashback dos anos dele como o primeiro Homem-Formiga é particularmente emocionante. O vilão de Corey Stoll (famoso pelas séries House of Cards e The Strain) não é exatamente bem desenvolvido, mas se sai melhor do que os ridículos Malekith, do segundo Thor; Ronan, de "Guardiões da Galáxia"; e ouso dizer, até mesmo do Ultron, de "Vingadores 2".

Em relação ao humor, nunca ele foi usado de forma tão orgânica e natural, melhor do que em qualquer outro filme da Marvel (sim, melhor do que em qualquer "Homem de Ferro" ou até mesmo o primeiro filme dos 'Maiores Heróis da Terra'). Quem em especial rouba a cena é Luis, interpretado por Michael Peña. Todas as cenas em que ele aparece são absurdamente engraçadas. Uma piada em especial envolvendo Titanic arrancou risadas de todo mundo no cinema.

Os efeitos especiais estão ótimos, principalmente nas cenas que envolvem crescimento e encolhimento rápidos. E se você não gosta de ver filmes em 3D, mas teme perder alguma coisa, não se preocupe. A versão 2D é ótima e não vai fazer com que perca nada do filme em si.

Em resumo (porque essa crítica ficou enorme), "Homem-Formiga" é uma experiência bastante válida, agradável e divertida de assistir. É despretensioso e até pode emocionar o mais propenso a isso. Sem dúvida, até agora é a melhor produção de super-heróis em 2015.

NOTA: ☆ ☆ ☆ ☆

PS: O filme possui duas cenas pós-créditos. A primeira é ótima e pavimenta o caminho para um provável "Homem-Formiga 2". A segunda vai fazer muita gente pirar no cinema. Apenas digo: de que lado você está?

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