[Crítica] Mad Max: Estrada da Fúria (2015): indo furiosamente aonde nenhum filme jamais esteve


Nome Original: Mad Max: Fury Road
Ano: 2015
Duração: 2 horas
Direção: George Miller
Frase que resume o filme: Eu vivo. Eu morro. Eu vivo de novo.

Olá, pessoas! Lucas de volta. Hoje vou retomar a coluna de filmes com sem dúvida o melhor filme de ação de 2015 (sim, o MELHOR): "Mad Max: Estrada da Fúria".

A trama se passa em um mundo pós-apocalíptico, nos confins de nosso planeta, em uma paisagem desértica onde a humanidade está em colapso, e quase todos lutam loucamente pelas necessidades da vida. Neste mundo de fogo e sangue, existem dois rebeldes em alta velocidade, que talvez possam restaurar a ordem. Há Max Rockatansky (Tom Hardy), um homem de ação e de poucas palavras, que busca paz de espírito depois da perda de sua mulher e seu filho após o caos. E há a Imperatriz Furiosa (Charlize Theron), uma mulher de atitude que acredita que seu caminho para sobreviver pode ser alcançado se ela cruzar o deserto de volta para sua terra natal.

Após ser capturado por Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), um líder absolutista de uma comunidade dominada por uma religião bizarra, Max se vê no meio de uma guerra mortal, iniciada por Furiosa, na tentativa se salvar um grupo de garotas de um destino cruel. Também tentando fugir, Max aceita ajudar Furiosa em sua luta contra Joe e se vê dividido entre mais uma vez seguir sozinho seu caminho ou ficar com um grupo.

Pra quem não sabe, este filme faz parte de uma franquia, também escrita e dirigida por George Miller, que tinha como protagonista Max o ator Mel Gibson. Porém, não é necessário assistir aos filmes anteriores para entender este novo Mad Max. Ele é um filme fechado em si mesmo, podendo ser encarado como um reboot ou entre o segundo e o terceiro filme da trilogia original.

Pra começar, este filme é absolutamente lindo e insano. A parte linda: muito do que se vê no filme foi feito com o mínimo possível de CGI, abusando dos efeitos práticos, não é a toa que algumas das cenas de ação do filme demoraram praticamente seis meses para serem filmadas. Isso se reflete na parte insana: sequências sangrentas de perseguições no deserto, seja de dia ou de noite, cheias de explosões, tiros e facadas; uma religião constituída em pessoas com câncer, adoração à Guerra e elementos nórdicos; tempestades feitas de areia e gasolina; além de um cego tocando uma guitarra lança-chamas e dezenas de homens tocando tambores em um caminhão-tanque de guerra.

Sim, é isso mesmo que você leu. Não, eu não estou brincando.

O mundo criado por George Miller é forjado em fogo e sangue (Os Targaryen curtiram isso). Das areias de um mundo devastado, as pessoas fazem o que podem para sobreviver, nem que isso seja matar todo mundo em seu caminho. E talvez essa seja a melhor coisa de "Mad Max: Estrada da Fúria": ele é honesto. Se você espera um filme de perseguição alucinada recheado de ação, vai ter exatamente o que deseja - e muito mais. Diferente dos erros cometidos por muitos filmes ao tentarem parecer mais grandiosos e mais inteligentes que seus anteriores (como o ocorrido em "Vingadores: Era de Ultron"), o filme de George Miller não tenta parecer inteligente. O objetivo é simplesmente jogar na cara do público o mundo surreal e louco que ele imagina para a Humanidade - futuro este horrivelmente não tão distante.

Existe um espaço, para o espectador mais atento às sobre linhas, para a crítica social. As frases ditas quase como mantras "Não somos objetos" e "Quem matou o mundo?" pelas garotas salvas por Furiosa do maligno Joe expressam bem que mesmo em um mundo sem leis, o ser humano ainda é quem é. Além da estruturação social dos outros grupos que vão aparecendo lentamente durante o filme.

O elenco está espetacular. Apesar do trabalho bastante competente de Tom Hardy como Max, que passa a maior parte do filme se comunicando com grunhidos, acenos e frases curtas, o grande destaque vai para Charlize Theron e sua Furiosa. Com um único olhar, ela emite da pura tristeza ao ódio mais ardente. O fato de ela não possuir um braço a deixa ainda mais forte e decidida, por muitas vezes roubando o posto de protagonista, afinal, ela é a grande força motriz da trama simples, porém bem orquestrada.

Rosie Huntington-Whiteley faz um trabalho muito surpreendente como a garota favorita de Joe, Esplêndida (considerando a falta completa de atuação dela no terceiro filme da franquia Transformers), mas quem se sobressai além de Hardy e Theron no filme são Hugh Keays-Byrne e o jovem Nicholas Hoult.

Hugh (que já havia trabalhado com Miller no segundo filme da trilogia original) faz um personagem asqueroso, maligno e manipulador, que controla a população miserável e seus chamados "Garotos de Guerra" ou "Kamicrazies" usando a água e a gasolina. Ele passa o filme inteiro com uma horrenda máscara no rosto, mas mesmo assim transmite uma atuação expressiva e repulsiva. Já Hoult, já um ator bem famoso em séries de TV e filmes, possui talvez o personagem mais trágico. Ele começa por um caminho cego, até de certa forma encontrar uma certa luz. Ele é o maior reflexo do mundo sujo e brutal: um inocente novilho criado por lobos famintos.

Aproveite o quanto antes e assista à "Mad Max: Estrada da Fúria". Prepare-se para sair do cinema brilhante e cromado, às portas do Valhalla.

PS: A trilha sonora de Junkie XL é fenomenal. Ele já havia feito a trilha da adaptação cinematográfica de "Divergente", ironicamente uma das melhores coisas do filme.

NOTA: 5 Estrelas

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