Resenha #73: A Casa da Seda

Nome: A Casa da Seda
Autor: Anthony Horowitz
Editora: Zahar

É novembro de 1890 e Londres enfrenta um inverno implacável. Sherlock Holmes e  John Watson estão juntos à lareira saboreando um chá, quando um agitado cavalheiro bate à porta do número 221B de Baker Street pedindo ajuda. Agoniado, ele conta que está sendo seguido há semanas por um homem com o rosto marcado por uma cicatriz. Intrigados pelo relato, Holmes e Watson logo se veem às voltas com uma série de acontecimentos enigmáticos e sinistros que se espalham da penumbra das ruas de Londres ao fervilhante submundo do crime de Boston. Quanto mais mergulham no caso, mais se deparam com um nome, que é sempre sussurrado - " A Casa da Seda". Uma misteriosa entidade, um adversário mais mortal que qualquer outro já enfrentado por Holmes. E com uma conspiração capaz de macular toda a sociedade...

O mais famoso detetive da história, criado por Arthur Conan Doyle no fim do século XIX, agora ganha vida pelas mãos de Anthony Horowitz. A Casa da Seda é o primeiro caso de Sherlock Holmes escrito por outro autor a obter reconhecimento e autorização oficiais da entidade que administra e protege a obra do escritor, o Arthur Conan Doyle Estate. Os mesmos métodos irresistíveis de dedução, a incrível velocidade de raciocínio, a parceria com Dr. Watson, os mesmos vícios e manias, o clima de suspense e mistério que prende o leitor até a última página. O que muda é o autor que assina este romance. Depois dessa leitura, ninguém terá mais dúvidas: Holmes está mesmo de volta.

Resenha:

Olá, pessoas! Sou eu, o Lucas. Encontrei uma brecha nesse feriado (e nos meus estudos) para trazer mais uma resenha para vocês, dessa vez do chamado "novo romance de Sherlock Holmes", A Casa da Seda. Será mesmo?

Vou começar a resenha já respondendo essa pergunta: SIM. Este É o novo romance de Sherlock Holmes. Ponto. Mas porquê?

Bem simples.

O livro começa com um Watson velho, cheio de memórias e arrependimentos. E com um segredo. Após alcançar a fama com as histórias de Sherlock (um toque moderno, mas também não menos vitoriano), ele se dispõe a escrever um último relato, uma aventura final não publicada, que Watson julga ser a pior e mais assustadora de todas. Ele guarda o manuscrito no correio e manda que depois de 100 anos, ele se torne público, afinal, como ele mesmo diz, nós no futuro, infelizmente, devemos estar mais acostumados à corrupção (#fato).

Não falarei mais nada do enredo. A sinopse já entrega muita parte dele e se eu falar mais alguma coisa, já considero um grande spoiler. Para os fãs da obra de Sir Arthur, o livro é um prato cheio. Cheia de referências, easter eggs (uma coincidência feliz, afinal, hoje é Domingo de Páscoa) e uma aparição mais do que especial. Outro detalhe é o ritmo e a química entre Holmes e Watson, que chega a ser praticamente idêntica à dos livros de Conan Doyle. Chega a ser assustador, visto que Sir Arthur morreu há 83 anos. Tinha vezes que eu parava ler (mentira, porque eu não conseguia parar de ler) para ver o nome do autor na capa, porque não parecia possível que esse livro não fosse do autor original.

E para aqueles que não conhecem os livros e contos de Sherlock Holmes, sendo o máximo que viram sobre ele foram os filmes da Warner protagonizados pelo Robert Downey Jr, e a série Elementary (ou, no caso de vocês terem sido iluminados, a espetacular, perfeita, rainha dos piores hiatus ever série Sherlock, da BBC)? O livro também funciona como um incentivo (e que incentivo!) para o público mais jovem conhecer a obra de Conan Doyle.

O mistério desenvolvido pelo autor é bem estruturado. A revelação final é surpreendente, chocante e revoltante, fazendo um paralelo com a atualidade, mostrando que a maldade dos nossos tempos atuais tem muitos de seus antecedentes no passado.

Para os fãs de Sherlock Holmes, um livro incrível e uma louvável adição ao cânone. Para os que desejam conhecer mais a fundo esse detetive genial e incomum, uma oportunidade imperdível. Para os que gostam de uma história sombria, bem escrita e estruturada, com muito sangue (MUITO SANGUE) -o que se nota pela capa-, uma história instigante e macabramente divertida.

NOTA: 5 Estrelas (com louvor!)

PS: Para os que aguardam a resenha do terceiro volume da Série Darke Academy, em breve...